O fato de alguém querer muito a nossa atenção não nos obriga a aceitar a sua aproximação. Ao insistir nesse objectivo, mesmo que nos ame, estará a ser prepotente e egoísta.
Acredito que é direito legítimo de cada um falar ou não, com qualquer outra pessoa. O facto de ela querer muito a nossa atenção não nos obriga a aceitar a sua aproximação.
Posso, se assim o entender, recusar a aproximação de uma pessoa, mesmo que ela me venha oferecer o melhor negócio do mundo. E o facto de uma pessoa me amar também não a autoriza a nada! Não pode, apenas por me amar, desejar que eu a queira por perto.
Ao forçar a aproximação com alguém que não esteja interessado nisso, a pessoa estará agindo de modo agressivo, autoritário e prepotente. As boas intenções não alteram o carácter prepotente da acção. Na verdade, egoísta é quem quer ver a sua vontade satisfeita, mesmo se isto for unilateral. Esta atitude, mostra que não está a ligar o mínimo para o que o outro sente e deseja.
O mesmo raciocínio vale para os amigos. Não tem o menor sentido ir à casa de um amigo para lhe dizer o que pensa, de uma determinada atitude dele, que não lhe diz respeito, mesmo que não tenha gostado ou aprovado, ele não lhe perguntou nada! Ainda que goste muito de si, talvez não queira saber a sua opinião. Talvez não deseje saber a opinião de ninguém! É direito dele.
O mesmo raciocínio vale para os amigos. Não tem o menor sentido ir à casa de um amigo para lhe dizer o que pensa, de uma determinada atitude dele, que não lhe diz respeito, mesmo que não tenha gostado ou aprovado, ele não lhe perguntou nada! Ainda que goste muito de si, talvez não queira saber a sua opinião. Talvez não deseje saber a opinião de ninguém! É direito dele.
Pode também acontecer o contrário: a pessoa desejar a sua opinião e recusar-se a dá-la. Aí é o outro quem tem de respeitar o seu direito de omissão. Não vale a pena usar a frase chavão, do tipo: "Mas nós somos tão amigos e temos que dizer tudo um ao outro". É assim que, com frequência, se perdem bons amigos. É preciso ter cuidado com o outro, com o direito do outro. Não basta ter vontade de falar. É preciso que o outro esteja com vontade de ouvir. Pode tornar-se inconveniente e agressivo quando se dizem coisas que os outros não estão a fim de ouvir.
Raciocínio idêntico vale também para as relações íntimas - entre parentes em geral; marido e mulher em particular. Nesses casos o desrespeito costuma ser ainda maior. As pessoas dizem e fazem tudo o que lhes passa pela cabeça. É um perigo. Elas não param de se ofender e de se magoar. Acreditam que, só porque são parentes, têm o direito de falar tudo o que pensam, sem se preocupar como o outro irá receber aquelas palavras.
Toda a relação humana de respeito implica a necessidade de se imaginar o que pode magoar gratuitamente o outro. É necessário prestar atenção ao outro, para evitar agressões, mesmo involuntárias. Quando as pessoas falam e fazem o que querem, sem se preocupar com a repercussão sobre o outro, é porque nelas predomina o egoísmo ou o desejo de magoar.
Ainda de referir, a importância e o peso da palavra, que quando dita, jamais é recuperada.
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